Do DNA lixo ao DNA luxo

sequências codificantes diminutas ganham destaque na ciência

  • Diego Guerra-Almeida Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (Campus Macaé), Avenida São José do Barreto, 764, CEP: 27920-560, Macaé, RJ, Brasil. http://orcid.org/0000-0002-4426-1718
  • Diogo Antonio Tschoeke Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE). Av. Horácio Macedo 2030, Centro de Tecnologia, COPPE/UFRJ, Bloco H, Sala 339, CEP: 21941-914, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. http://orcid/org/0000-0001-8134-4259
  • Rodrigo Nunes-da-Fonseca Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (Campus Macaé), Avenida São José do Barreto, 764, CEP: 27920-560, Macaé, RJ; Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular - INCT-EM, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. http://orcid.org/0000-0001-9576-2849

Resumo

O sequenciamento de DNA em larga escala possibilitou a exploração de trechos dos genomas eucarióticos classificados como irrelevantes para o valor adaptativo das espécies, o chamado DNA lixo. No DNA lixo, encontram-se diversos elementos aleatórios, além de diversos fósseis genômicos, ou seja, sequências que perderam funcionalidade no decorrer da evolução. Entretanto, um número crescente de dados evidenciam que no DNA lixo podem existir elementos importantes, cujas funções ainda são desconhecidas. Neste contexto, as small Open Reading Frames (smORFs), ou pequenas janelas abertas de leitura, são sequências nucleotídicas com tamanho diminuto (< 100 códons) que ocorrem, em sua grande maioria, de forma aleatória nos genomas. Por este motivo, a predição de smORFs funcionais é extremamente desafiadora e sua detecção tem sido ignorada por programas de predição gênica nos últimos anos, gerando uma enorme lacuna nos bancos de dados de sequências. Todavia, o recente avanço das tecnologias de sequenciamento de genomas e transcriptomas, acoplados a análises evolutivas, genéticas e funcionais, demonstraram a existência de diversos peptídeos biologicamente relevantes codificados a partir de smORFs em diversas espécies, desde insetos vetores de doenças a humanos. Nesta revisão, contextualizaremos esta recente corrida científica de exploração do DNA lixo em busca de novas pequenas joias codificantes.

Publicado
2020-07-23
Como Citar
GUERRA-ALMEIDA, Diego; TSCHOEKE, Diogo Antonio; NUNES-DA-FONSECA, Rodrigo. Do DNA lixo ao DNA luxo. Acta Scientiae et Technicae, [S.l.], v. 7, n. 2, p. 81-95, jul. 2020. ISSN 2317-8957. Disponível em: <http://www.uezo.rj.gov.br/ojs/index.php/ast/article/view/284>. Acesso em: 29 mar. 2024. doi: https://doi.org/10.17648/uezo-ast-v7i2.284.
Seção
Artigos