02/03/2015 17h25m
Conheça um estudante da UEZO que está em Portugal, estudando na Universidade do Porto. Thiago Santos Chaves, que está em intercâmbio através do Programa Bolsa Ibero-Americana Santander Universidades, cedeu uma entrevista à Assessoria de Comunicação via internet.
- Onde
você está estudando? Quando viajou e em que curso e
período estava matriculado na UEZO? Thiago Chaves: Eu estou estudando na Faculdade de Ciência da Universidade do Porto. Saí do Brasil no começo de Fevereiro e estava matriculado no 6º período do Curso de Tecnologia em Biotecnologia da UEZO. - Por que escolheu Portugal? Thiago Chaves: Escolhi Portugal porque resolvi descobrir os nossos descobridores! Rs... Brincadeiras à parte, eu já tinha conhecimento da boa fama internacional que a Universidade do Porto possui. A UP está entre as 150 melhores universidades do mundo, e é considerada a melhor Universidade de Portugal, sendo responsável por mais de 1/5 das publicações científicas do país. Quando vi que a Universidade do Porto estava entre as instituições parceiras do programa de bolsas Santander Ibero-Americanas, não pensei duas vezes em realizar a minha candidatura e “cá estou”. - Quais disciplinas você cursa em Portugal? Thiago Chaves: Como já estava no fim da minha graduação, resolvi montar um plano de estudos aqui na Universidade do Porto que me servisse como uma preparação para as provas de Mestrado do Brasil. Então, busquei reforçar meus conhecimentos nas áreas de Biologia Celular e Imunologia (no curso de Medicina da Universidade do Porto) e também expandir meus horizontes na disciplina de Genética. Tenho planos de prestar provas de Mestrado em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz e creio que, com esse reforço em matérias que eu já vi há algum tempo, eu consiga alcançar meu objetivo. |
![]() Thiago Chaves |
- Você considera os estudos na sua área mais avançados em
Portugal?
Thiago
Chaves: A área
de biotecnologia em Portugal está centrada mais
especificamente em empresas privadas, e, com isso, não
conseguem ter a força necessária para ser uma potência no
mercado. Na área de pesquisa, eu considero que ainda está um
pouco abaixo do Brasil, que possui uma Fiocruz, um Butantã e
outros grandes centros que ajudam a impulsionar as pesquisas.
Em relação aos estudos acadêmicos, o investimento que Portugal
faz em suas universidades é absurdo. Só a Universidade do
Porto tem um investimento de quase 210 milhões de euros por
ano.
– Como é sua rotina?
Thiago
Chaves: Tenho
aula praticamente todo dia em período integral. Um aspecto de
que eu gostei bastante aqui em Portugal é que a vivência
prática do que se aprende em sala é muito grande. Temos aulas
práticas todos os dias do semestre. É basicamente uma aula
teórica seguida de uma aula pratica sobre o assunto abordado
em sala. Apesar da rotina de estudos bem mais pesada do que no
Brasil, ainda me sobra um tempo para conhecer as belezas de
Portugal e do velho continente.
- O que mais está gostando dessa experiência no exterior?
Thiago
Chaves: Pode
ser de tudo? Estudar no exterior sempre é bom. Em uma
experiência dessas você tem uma troca cultural e de
conhecimentos muito grande. Você expande seus horizontes e o
mundo parece que se torna menor. As possibilidades se tornam
infinitas e a cada dia é uma nova descoberta. Vou levar essa
experiência para o resto da vida.
– Enfrentou muitas dificuldades quando chegou ao exterior?
Quais?
Thiago
Chaves: Acho
que só o frio mesmo. O inverno da Europa, mesmo sendo em
Portugal, não é brincadeira não. Saí de uma temperatura de 40º
C no Rio de Janeiro para pegar 5, 6º C aqui. Em uma viagem à
Serra da Estrela, um porto turístico bastante visitado,
cheguei a pegar uma temperatura de -7º C. Para mim foi fora do
normal isso! Do ponto de vista acadêmico, o mais difícil foi
entrar no ritmo das aulas daqui. Como eu falei, é muito
puxado. A língua, apesar de suas particularidades, não foi um
problema muito grande, ora pois. Rs...
– Do ponto de vista acadêmico, como é estudar fora?
Thiago
Chaves: A
possibilidade de realizar uma mobilidade internacional, ainda
na graduação, é um diferencial para o currículo de qualquer
um, principalmente se for em uma grande universidade de renome
mundial, como a Universidade do Porto. Poder ter um outro
ponto de vista da ciência nesta vivência de mobilidade está
sendo ótimo para a minha vida acadêmica e espero poder fazer
uso dessa experiência no meu retorno ao Brasil.
– E do ponto de vista profissional?
Thiago
Chaves: Buscar
um diferencial na sua vida profissional é um ponto crucial
para o sucesso. Através dessa experiência, procuro não ser
“mais do mesmo” que se tem no mercado. Espero que o peso dessa
mobilidade possa ser transferido para o meu currículo e que o
mesmo possa se destacar mais à frente, abrindo-se portas mais
largas. Mas sei que isso tudo não servirá de nada se a
dedicação e o esforço não coexistirem.
– Quais as diferenças que você percebe entre os estudos
dentro e fora do Brasil?
Thiago
Chaves:
Algumas coisas básicas, como sistema de avaliação, créditos,
são bem diferentes e até um pouco complicado de entender. A
prática laboratorial, que o estudante precisa, ele tem dentro
da universidade. Para colar grau, só é necessário um estágio
na hora de desenvolver sua pesquisa. Fora isso, percebo um
imenso abismo quando se trata do investimento na área de
educação, não só em Portugal, mas em toda a Europa. E isso não
só na universidade, mas também desde a educação básica. E o
que mais me chamou a atenção foi que, apesar de uma
diversidade linguística muito grande na Europa (português,
inglês, francês, espanhol, italiano, etc) a maioria, se não
todos, aprendem o inglês desde cedo, e isso é muito importante
na integração com os países vizinhos no continente Europeu e
também no meio da comunidade científica, visto que todos falam
uma língua em comum, tanto pesquisadores, quanto estudantes
universitários.
– Pretende concorrer a outras oportunidades de intercâmbio?
Thiago
Chaves: Sim,
porém não agora. Como disse, tenho planos de fazer meu
mestrado no Brasil. Quem sabe em um doutorado ou um
pós-doutorado eu volte ao estrangeiro. Mas isso ainda me
requer um planejamento. Estou aberto a novos desafios.
Saiba também sobre a trajetória de alguns alunos UEZO que
participam do Ciência sem Fronteiras
- Yuri Luz, Stony Brook University (USA), veja
aqui...
- Stênnio Farias, Université de Rennes (França), veja
aqui...
- Hilmar Rodrigues, State University of New York at Brockport,
veja
aqui...
Os alunos interessados em participar do programa
Ciência sem Fronteiras
devem entrar em contato com a Coordenação de Iniciação
Científica, pelo telefone
2333-6962 ou
pelo e-mail coordict@uezo.rj.gov.br. Para outras informações,
acesse o site
da UEZO.