25/03/2014
12h00m
Pesquisadores
da área de Computação da Fundação Centro Universitário
Estadual da Zona Oeste (UEZO) estão desenvolvendo um
projeto para analisar grandes massas de dados colhidas
no ambiente aquático. A proposta é reunir e
disponibilizar informações que possam auxiliar os
estudos sobre ecossistemas costeiros.
A pesquisa foi
selecionada no Edital 03/2013 da Fundação Carlos
Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ), com o título Abordagem Big Data no
Gerenciamento de Ambientes Aquáticos. O projeto reúne
profissionais da UEZO, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e é coordenado pelo professor Nelson Ebecken, da
COPPE/UFRJ.
A leitura dos
dados marinhos é feita por um Citômetro, equipamento
que possui sensores capazes de capturar milhares de
imagens por varredura. O sistema eletrônico do
aparelho é alimentado por painéis solares.
- “O Citômetro é
capaz de “filtrar” um determinado líquido, no caso da
nossa pesquisa, a água do mar. Conforme essa água
passa por ele, obtém-se fotos e medidas de
fluorescência, ou seja, ele consegue capturar
assinaturas óticas dos microorganismos que ali estão,
caracterizando-os individualmente”, explica o
professor José Luiz Rosa, da unidade universitária de
Computação da UEZO.
Para
proteger o Citômetro enquanto ele recolhe os dados no
mar, os pesquisadores utilizam uma boia. Essa boia,
por sua vez, transmite os dados para uma repetidora,
que os manda para um computador, onde são armazenados.
São esses dados que os pesquisadores do grupo Big Data
Mining pretendem analisar.
- “O ganho da
computação é exatamente extrair informação desse
grande volume de dados variados, cujo armazenamento
cresce em altíssima velocidade. O volume, a variedade
e a velocidade constituem os três V’s característicos
de Big Data, termo que nomeia o projeto e o grupo de
pesquisa que está por trás do projeto”, explica o
professor.
As primeiras varreduras aconteceram no litoral de
Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. Para que os dados
recolhidos nessa inspeção possam ser trabalhados, os
pesquisadores da UEZO estão investindo na configuração
de um cluster, um conjunto de computadores que
processam em paralelo. O equipamento foi obtido com
recursos da FAPERJ e tem capacidade de operação
equivalente à de vários computadores comuns.
O cluster, localizado no Laboratório de Pesquisa de
Desenvolvimento para Dispositivos Móveis (Labmov), faz
parte do Núcleo de Computação Científica (NCC), ambos
da UEZO. No momento, o equipamento está sendo
configurado para o trabalho de mineração dos dados
marinhos. Mas a ideia do responsável pelo laboratório
é expandir ainda mais a capacidade do cluster, para
que ele possa continuar servindo aos propósitos do
projeto Big Data, mas também possa auxiliar o trabalho
de outras equipes da Fundação.
- “Ainda estamos montando o cluster. Nosso
laboratorista, Vítor Barros, tem ido à COPPE fazer o
treinamento para instalação e configuração com a
pesquisadora Myrian Costa. E o objetivo maior é que o
cluster sirva depois à comunidade interna da UEZO, não
só da área de Computação, mas, por exemplo, para
pesquisadores de Biologia que trabalham com muitas
imagens, para o pessoal de Construção Naval, que tem
muitos dados pra serem processados, e assim por
diante”, conclui o professor José Luiz Rosa.
Grupo de
pesquisa Big Data Mining: Nelson Francisco Favilla
Ebecken, Gilberto Carvalho Pereira, Myrian Christina
de Aragão Costa (COPPE/UFRJ); Valeria Menezes Bastos
(IM/UFRJ); Lúcio Pereira de Andrade (ICHS/UFF);
Adriana Aparício Sicsú Ayres do Nascimento, Carlos
Augusto Sicsú Ayres do Nascimento, Giancarlo Cordeiro
da Costa, José Luiz dos Anjos Rosa, Marcello Porto
Alegre da Fonseca, Raimundo José Macário Costa,
Rogério Pinto Espíndola, Vítor Monteiro de Barros
(CCMAT/UEZO).

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José Luiz Rosa e o cluster da UEZO.
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Da esquerda pra direita: Myrian Costa
(COPPE/UFRJ), Lucio Andrade (ICHS/UFF),
Valéria Bastos (IM/UFRJ), Vítor Barros e José
Luiz Rosa (CCMAT/UEZO).
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