12/05/2014
17h00m
O projeto de Difusão da Ciência, liderado pela Pró-reitora
de Pesquisa e Pós-graduação da UEZO, professora Maria Cristina de Assis e desenvolvido com
a participação das professoras Ida Carolina Direito e Marise Costa de Melo, é tema de matéria
publicada na edição numero 482 do Boletim Faperj que circula nesta semana, de 8 a 14 de maio de
2014. Na foto que ilustra a reportagem a professora Marise (de blusa verde) orienta estudantes do ensino médio.
Leia abaixo o texto e veja mais no Boletim
08/05/2014
Aprendendo sobre micro-organismos
Danielle Kiffer
Eles geralmente são mais conhecidos pelas doenças que causam. Entretanto, o papel dos micro-organismos em
nosso cotidiano vai bem além disso. Se por um lado esses seres microscópicos podem ser patológicos, também podem
ter utilidade industrial e ecológica, ajudando, por exemplo, na limpeza de efluentes industriais, ou na produção
de queijos. Explorando toda essa gama de possibilidades, a professora adjunta de Microbiologia e Imunologia do
Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo), Maria Cristina Assis, procurou ampliar o conhecimento de estudantes das
escolas da região, aproximando-os do universo da ciência e da biologia. "É preciso que crianças e adolescentes
tenham mais proximidade com o mundo científico e que a partir desse conhecimento mais amplo possamos despertar
futuras vocações", afirma Maria Cristina, que contou com recursos do edital de Apoio à Difusão e Popularização
da Ciência, da FAPERJ.
Para que os estudantes compreendessem melhor o assunto, foram elaboradas
oficinas práticas e lúdicas, na forma de experiências vivenciadas em sala de aula. O universo dos micro-organismos
foi dividido em três partes: reflexões sobre a flora residente no organismo humano e a existência de micro-organismos
patogênicos ao homem; apresentação da microbiologia ambiental e seu potencial biotecnológico; e educação e química ambiental.
Mostrando que existe uma flora bacteriana residente na boca, Maria Cristina esfregava
um cotonete na gengiva dos alunos e depois o passava para uma lâmina já embebida em contraste. Pela coloração azul, a existência
dos micro-organismos ficava evidente. Sob as lentes de um microscópio, os estudantes também puderam ver como são as células da boca.
Durante a experiência, a professora também falava sobre a importância da higienização bucal e de como as cáries, além de causar danos
aos dentes, podem ser ainda mais prejudiciais, uma vez que as bactérias presentes na boca podem migrar pela corrente sanguínea e
promover infecções em outras partes do corpo. "Muitos jovens sequer sabiam o que é placa bacteriana e muitos deles nunca tiveram acesso
a um microscópio. Tudo isso ressaltou muito a importância do trabalho de incursão científica em escolas", ressalta Maria Cristina.
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) também foram abordadas. Em banners, foram exibidas
fotos com as principais DST, como sífilis, gonorreia, HIV e condiloma acuminado, conhecido como verruga genital e causado pelo
papilomavírus humano (HPV). Para que o assunto fosse bem entendido, o grupo de jovens do projeto "Geração Saúde", da organização não
governamental Luz do Sol, apresentava uma peça de teatro, enfatizando a necessidade de uso de preservativos nas relações sexuais.
O projeto também destacava os aspectos positivos dos micro-organismos, levando estudantes da Zona
Oeste a oportunidade de conhecer a bioprospecção do meio ambiente, ou seja, a investigação do solo e da água em busca de micro-organismos
que possam participar de processos de interesse farmacêutico, industrial ou ambiental. "Para mostrar que o solo é habitado por diferentes
comunidades microbianas, realizamos uma experiência, adicionando solo enriquecido com solução nutritiva em uma garrafa do tipo PET e água.
Depois de três meses de exposição ao sol, as comunidades de micro-organismos respondem ao estímulo de luz e falta de oxigênio,
apresentando coloração diferente".
Outro ponto abordado nas oficinas realizadas foi a importância da preservação do meio ambiente.
Estimulados a montar uma maquete, alunos e professores participantes faziam a classificação dos resíduos, enfatizando a importância
de se efetuar seu tratamento, antes que fossem descartados. "Explicamos como o esgoto deve receber tratamento, submetendo a matéria orgânica
presente nos resíduos a micro-organismos cultivados, que se alimentam desse material, promovendo desse modo uma limpeza e removendo grande
parte da carga poluidora", explica a pesquisadora. Os alunos também fizeram uma oficina de reciclagem de materiais, aprendendo a importância
dessa atitude para evitar o descarte indevido e prejuízos ao ecossistema.
"Essa, entre outras experiências, foi mais uma forma de provar a existência desses seres no solo.
Essa é uma nova área e muito promissora. Até porque menos de 1% dos micro-organismos do solo são conhecidos e muitas descobertas ainda
podem ser feitas. Também aproveitamos esse projeto para estimular jovens cientistas que poderão trabalhar nessa área", conclui.
© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.
Fonte: Texto retirado do site da Faperj http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=10033
 Fonte http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=10033
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